A tragédia grega surgiu na cidade de Atenas há cerca de 2500 anos. Era um ritual colectivo da Polis que tinha lugar num espaço consagrado – o teatro. Nele, os grandes problemas humanos e divinos eram equacionados pelos milhares de espectadores que, todos os anos, assistiam às competições dramáticas nas Grandes Dionisías.
As peças trágicas eram baseadas em mitos que chegavam das tradições arcaicas. Segundo Jacqueline de Romilly, “se a festa criou o género trágico, foi a influência da epopeia que fez dele um género literário […] A epopeia contava: a tragédia mostrou.” (Romilly 22)
Na “Poética” (1449b), Aristóteles descreve a tragédia como a imitação de uma acção completa, numa linguagem elevada, com ritmo, harmonia e canto, onde as personagens actuam directamente, alternando passagens em verso, recitado e cantado. O prólogo precede o párodo, seguindo-se [cinco] episódios alternados com os estásimos e concluindo com o êxodo (1452b). Assim, “a tragédia funde numa única obra dois elementos de natureza distinta, que são o coro e as personagens.” (Romilly 25)
Bibliografia:
– ARISTÓTELES, “Poética”, 6a edição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2018
– ROMILLY, Jacqueline de, “A Tragédia Grega”, Lisboa, Edições 70, 1997
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