No sistema Peirceano, podemos considerar o signo a partir do seu veículo, do objecto a que se refere e do seu interpretante. Charles Sanders Peirce (1834-1914) terá organizado os signos (modelo tipológico) de acordo com as diferentes relações entre o veículo e o objecto a que este se refere. Sabemos que os diferentes tipos de signos (índex, ícone e símbolo) co-existem numa hierarquia relativa, em que uma das formas se torna dominante de acordo com o contexto, dependendo da forma como é usado.
ÍNDICE
Um índice indica algo. Ele não representa ou simboliza coisas, mas age como estimulo dirigindo a nossa atenção para elas. Não existe semelhança significativa com o objecto. Nos índices, o veículo do sinal e o objecto referido acompanham-se de certa forma, numa relação genuína (entre signo e o objecto representado) que não depende puramente da mente interpretante. O índice está conectado ao seu objecto como matéria de facto, pelo que todos os índices se referem a instâncias singulares: dos 3 tipos de relações em que os signos são baseados, apenas a indexicalidade serve de evidência para a existência dos objectos que representa.
ÍCONE
Ícone é um signo em que existe uma semelhança entre o significante e o seu significado. Se um signo recorda algo, mas pretende significar uma outra coisa, então não é um ícone. Em semiótica, os ícones não são necessariamente visuais mas podem envolver qualquer modo sensorial. Isto porque têm qualidades que se assemelham aos objectos que representam, provocando “sensações análogas” na mente. Eles parecem apresentar a realidade de forma mais directa ou transparente do que as formas simbólicas. No entanto, um ícone não tem conexões directas com o objecto que representa e, consequentemente, não garante que o objecto que representa realmente exista.
SÍMBOLO
Um símbolo é um signo cuja capacidade para representar (apenas e somente) aquilo que representa, reside no facto de existir um hábito, disposição, ou outra regra geral, que o faça assim acontecer. É um signo em que, embora não havendo uma relação de semelhança ou de contiguidade, existe uma relação convencional entre representante e representado. Interpretamos símbolos como uma referência directa ao objecto, e qualquer forma de significante tem o potencial de ser utilizado simbolicamente. Eles possuem um significado geral, significam um certo tipo de coisa, mais do que uma coisa em particular. Estão conectados com o seu objecto, pela ideia na mente de quem o utiliza, e constituem-se símbolo apenas, ou principalmente, pelo facto de serem compreendidos como tal.
Fonte: “Semiotics – the basics”, de CHANDLER, Daniel, 3ª edição, 2017
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