
Gosto de te ver. De observar as rugas do teu rosto. Recordar os dedos finos das tuas mãos e o contorno das tuas longas pernas. Faz imenso tempo que não te toco: temos em comum a distância. Descubro-te a partir das fotografias que envias – «É giro, o novo corte de cabelo que te torna mais jovem» – e nas mensagens que reflectem impressões, perspectivas e ansiedades que transformo em segredos. Querias tudo, eu quero tanto.
Criei uma figura maravilhosa na qual procuro todo o prazer do mundo. Uma construção privada, projeção idealizada. És uma fantasia que ofusca. Uma ilusão por apego ao desejo.
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